22 setembro 2011

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Primavera

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Cecília Meireles

14 setembro 2011

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A gente se engana...

Às vezes a gente se engana...
Os olhos se enganam, o cérebro se engana, o coração se engana.
Os pés seguem o caminho errado,
os braços abraçam quem não quer ser abraçado.

Eu me engano, sou enganada.
O pior disso é quando você descobre o erro,
quando vê seu castelo de sonhos desmoronando e
não pode fazer nada. Porque é mais fácil se apegar
ao impalpável, quando o que está na sua frente te faz chorar.

Esse momento de volta a realidade machuca. Dói mesmo.
Mas, será que a anestesia que a fantasia nos dá também não
nos impede de viver?

Agora que o efeito anestésico que viveu em mim por tanto tempo passou,
eu vejo melhor o mundo. Percebo em quem eu posso confiar,
quem devo ter um “pé atrás”.
Here I go again...

texto retirado do blog About Dreams...
achei que super combina com
o que estou sentindo agora...